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Devoção à Chaga do Ombro de Nosso Senhor Jesus Cristo

Revelação a São Bernardo de Claraval (04-12-1090 – 20-08-1153), Doutor da Igreja


São Bernardo de Claraval, um abade francês e místico que ajudou a renovar a Ordem de Cister, no século 12, relatou uma conversa que tivera com o Senhor que ficou registrada nas Atas do convento de Claraval. Ele orou, perguntando a Jesus qual tinha sido o Seu maior sofrimento não registrado pelos homens.

Nas Atas do convento de Claraval (França) leem-se estas palavras:

São Bernardo perguntou ao Divino Salvador qual tinha sido a maior de suas dores desconhecidas dos homens.

O Senhor lhe respondeu: “Eu tinha uma ferida no ombro, em que havia carregado a Cruz, e esta ferida era mais dolorosa que as outras. Os homens não fazem menção dela, porque lhes é desconhecida. Honrai-a, pois, e Eu vos concederei tudo o que me pedirdes por sua virtude. Todos aqueles que a venerarem, obterão a remissão dos seus pecados veniais e graças eficazes para conseguirem o perdão dos pecados mortais que tiverem cometido.”

São Bernardo de Claraval, depois de receber a mensagem de Cristo sobre a dor que experimentou em seu ombro, procurou promover devoção ao ferimento no ombro de Cristo, e escreveu esta oração:


ORAÇÃO À CHAGA DO OMBRO DE CRISTO

Ó bom Jesus, Senhor e Redentor meu, que carregastes a pesada Cruz de todos os pecados do mundo e também os meus, pelos méritos da Chaga e dor que tal Cruz rasgou no vosso Ombro, eu Vos peço, humildemente, o arrependimento e perdão de todas as minhas culpas e a graça de morrer sem pecado. E lembrando o auxílio que Vos deu Simão Cireneu, aliviando o peso da vossa Cruz, peço-Vos ainda, em virtude da Chaga do vosso Ombro, que foi a primeira e a mais escondida do vosso sacrifício redentor, que susciteis no mundo muitas almas vítimas, a continuarem nelas a vossa Paixão e, pela generosidade do seu holocausto, suportado com amor heroico, resgatem muitos pecadores, salvem muitos moribundos, e atraiam sobre a Terra uma chuva de Caridade e Pureza. Amém.

 

Revelação à Santa Brígida da Suécia (1303-23-07-1373)


Depois de São Bernardo, voltamos a encontrar referência à Santa Chaga do ombro em Santa Brígida, na famosa oração dos Sete Pai-Nossos, mais precisamente no quinto mistério, intitulado “O Caminho da Cruz”:

Pai eterno, pelas mãos imaculadas de Maria e pelo divino Coração de Jesus, eu Vos ofereço os sofrimentos de Jesus na Via-Sacra, em particular na Santa Chaga do Ombro e o preciosíssimo Sangue da mesma, para aliviar o peso da Cruz, como reparação da minha revolta e da de todos os homens contra a Cruz, do meu murmurar contra as determinações da Vossa Santa Vontade e de todos os outros pecados de língua, como prevenção contra tais pecados, e para obter o verdadeiro amor à Santa Cruz.

Se, com São Bernardo, ficamos a conhecer a dor imensa da chaga do ombro – a mais dolorosa das chagas; agora, com Santa Brígida acrescentamos ao nosso conhecimento desta devoção a referência explícita ao preciosíssimo Sangue que resulta do peso da cruz que, como dirá a Beata Alexandrina, pesa uma humanidade.

 

Revelação à Marie Julie Jahenny (12-02-1850 – 04-03-1941)


Durante vários êxtases, nosso Senhor revelou à mística católica Marie Julie Jahenny que a devoção à Sua Ferida no Ombro era um grande consolo para Ele e concedeu promessas a essa devoção. Nosso Senhor mostrou-lhe essa chaga aberrante e aberta e revelou sua profundidade: ‘A Dor é incompreensível nos corações dos Meus filhos!!! Como essa devoção Me agrada e Me consome, com que frequência as orações dessas Feridas levaram Meu Coração a destrancar (abrir) os caminhos da salvação para as almas confiadas ao inferno.’ (17 de maio de 1878)

 

Promessas recolhidas durante os êxtases de Marie-Julie, para almas que propagam e são fiéis à devoção à Chaga no Ombro de Nosso Senhor Jesus Cristo:

1 - "Abençoarei todas as almas que propagarem essa devoção: concedo-lhes abundantes graças." (29 de março de 1878).

2 - "Ó almas que Me amam, que propagam essa devoção, Eu tomá-las-ei sob Minha proteção. Eu mantenho-vos sob o manto da Minha afeição." (29 de março de 1878).

3 - "Eu dissiparei a escuridão que virá ao seu coração" (28 de dezembro de 1877).

4 - "Eu as consolarei em suas dores". "Eu vou entrar no meio de suas maiores aflições, para iluminar, para confortá-las" (8 de fevereiro de 1878) (28 de dezembro de 1877, 8 de fevereiro e 12 de abril de 1878)

5 - "Eu as abençoarei em seus empreendimentos.” (29 de março de 1878).

6 - "Eu lhes darei um sensível amor pela Cruz. Eu irei assisti-las no momento da morte, com esta cruz e as introduzirei em Meu Reino Celestial." (12 de abril de 1878)

7 - "Eu abrandarei sua agonia" (28 de dezembro de 1877)." Eu virei na hora da morte. Eu as consolarei em sua passagem." (8 de fevereiro de 1878). "Especialmente na hora da morte, Eu virei para dar-lhes um doce momento de calma e tranquilidade. Eu lhes direi: "Ó boa alma sagrada, que espalhaste esta devoção (sabendo) que Eu tinha tanto interesse em que ela fosse divulgada, venha receber a recompensa de teu trabalho, o fruto da bênção." (29 de março de 1878)

8 - "Vou protegê-las, vou assisti-las, vou consolar todas as almas que procuram propagar esta Chaga Sagrada. No momento da morte, Eu consolarei as almas que Me compensaram por meio desta devoção e compaixão para com a Chaga tão profunda e dolorosa. Eu irei fortalecê-las em seus medos finais. Eu virei e prepararei sua passagem: Obrigado, você que Me compensou por Minhas dores." (17 de maio de 1878)

9 - "Veja", disse Jesus, apontando para a Sua Chaga Sagrada com extrema ternura, "todos os Meus filhos que reconheceram esta Chaga, que a tem venerado, orado por ela, terão no Último Dia uma grande e generosa recompensa. Eu não a mostro simplesmente, eu a pronuncio. Minha Palavra é Divina. "(17 de maio de 1878) 

 

Revelação à Beata Alexandrina Maria da Costa (30-03-1904 – 13-10-1955)


No Calvário de Balasar, sem que a beata Alexandrina lhe fizesse a pergunta, Jesus fala dessa dolorosa Chaga, uma primeira vez, quando lhe pede que aceite os ataques do demônio, para reparar por um sacerdote que se encontrava em risco de se perder eternamente.

«Oferece-me cinco por cada um deles em honra das minhas divinas chagas. Desejava tanto que elas fossem mais amadas e mais amado fosse o meu divino Coração. Espalha, espalha, incendeia no mundo o meu divino amor. Aceita e oferece-me mais um combate em honra da chaga do meu sagrado ombro; oferece-ma pelo sacerdote. Concorreu tanto para ma aprofundar! Oh! quanto eu sofri com ela!” (Sentimentos da alma, 9 de Fevereiro de 1945)

Alguns dias mais tarde, Alexandrina confirma o ataque diabólico e a oferta que faz deste ao Senhor, para a conversão do sacerdote em causa:

«O primeiro ataque ofereci-o a Jesus em honra da chaga do Seu santíssimo ombro e para reparar pelo sacerdote, como Jesus me pediu.» (Sentimentos da alma, 13 de Fevereiro de 1945)

Mas Alexandrina vai sentir ela mesma, nas suas carnes, a veemência daquela dor que causara tanto sofrimento a Jesus:

«A dor da chaga do ombro tirava toda a vida ao coração.» (Sentimentos da alma, 26 de Outubro de 1945)

Em 10 de Janeiro de 1947, ela volta a falar da chaga do ombro, quando presa na cruz a sente ao vivo:

«No alto da cruz sentia todas as chagas, mas mais vivamente a do ombro.»

Dois anos mais tarde, o Senhor volta a falar desta dolorosíssima chaga, quando lhe pede que propague a devoção das seis primeiras quintas-feiras de cada mês.

«Minha filha, minha esposa querida, faz que Eu seja amado, consolado e reparado na minha Eucaristia.

Diz em meu nome que todos aqueles que comungarem bem, com sinceridade e humildade, fervor e amor em seis primeiras quintas-feiras seguidas e junto do meu Sacrário passarem uma hora de adoração e íntima união comigo, lhes prometo o Céu.

É para honrarem pela Eucaristia as minhas santas Chagas, honrando primeiro a do meu sagrado ombro tão pouco lembrada. Quem isto fizer, quem às santas Chagas juntar as dores da minha Bendita Mãe e em nome delas nos pedir graças, quer espirituais, quer corporais, eu lhas prometo, a não ser que sejam de prejuízo à sua alma.»

No momento da morte trarei comigo minha Mãe Santíssima para defendê-lo.» (Sentimentos da alma de 25 de Fevereiro de 1949)

ORAÇÃO

"Ó Amantíssimo Jesus, manso Cordeiro de Deus, apesar de eu ser uma criatura miserável e pecadora, Vos adoro e venero a Chaga causada pelo peso da Vossa Cruz que, dilacerando Vossas carnes, desnudou os ossos do Vosso Ombro sagrado e da qual a Vossa Mãe Dolorosa tanto se compadeceu. Também eu, ó aflitíssimo Jesus, me compadeço de Vós e do fundo do coração Vos louvo, Vos glorifico, Vos agradeço por propor esta Chaga dolorosa de Vosso ombro em que quisestes carregar a Vossa Cruz, pela minha salvação e pelo sofrimento que padecestes, Vos rogo com muita humildade, tende piedade de mim, pobre criatura pecadora, perdoai os meus pecados, conduzindo-me ao céu, pelo caminho da Vossa Santa Cruz. Assim seja."

(Rezar 7 Ave Marias, e acrescenta-se...)

"Minha Mãe Santíssima, imprimi no meu coração as Chagas de Jesus crucificado."

"Ó dulcíssimo Jesus, não sejais meu Juiz, mas meu Salvador."

 

Revelação feita por Pe. Pio de Pietrelcina (25-05-1887 – 23-09-1968) confirmando a existência da Chaga do Ombro de Jesus


Há alguns anos, tornou-se pública uma outra história (narrada no livro O Papa e o Frade, Stefano Campanella) ligada à chaga do ombro, mas desta vez em torno de Padre Pio; teria acontecido em Abril de 1948. O então jovem Pe. Wojtyla, futuro Papa João Paulo II, tendo visitado o Padre Pio, perguntou-lhe, quase como S. Bernardo: “Padre Pio, qual das suas feridas lhe causa mais dor?”

O Pe. Wojtyla esperava, naturalmente, que o Padre Pio referisse a ferida do lado; no entanto, em vez disso, ouviu a seguinte resposta: “É a ferida do ombro, que ninguém conhece e que nunca foi curada nem tratada.”

Há ainda um outro relato que vem confirmar a existência e a importância daquela chaga em Padre Pio; este confidenciou um dia ao Ir. Modestino Fucci que as suas maiores dores ocorriam quando mudava de veste. O Ir. Modestino, tal como o Pe. Wojtyla antes, pensou que o Padre Pio se estava a referir às dores da ferida do lado. No entanto, em 1971, foi atribuída ao Ir. Modestino a tarefa de fazer o inventário de todos os itens de Padre Pio, falecido em 1968. Foi assim que ele descobriu que, numa das vestes do Padre Pio, havia uma mancha circular de sangue na área do ombro direito. Nessa mesma noite, o Ir. Modestino dirigiu-se em oração ao Padre Pio para que este o esclarecesse sobre o significado da mancha de sangue na camisa, pedindo um sinal sobre se Jesus realmente tivera uma chaga no ombro. Depois, foi dormir e despertou pela uma hora da madrugada com uma terrível, angustiante dor no ombro, como se tivesse sido cortado por uma faca até ao osso. Parecia-lhe que iria morrer de dor se esta continuasse, mas durou apenas um curto período de tempo. Em seguida, a sala encheu-se com o aroma de um perfume celestial de flores – o sinal da presença espiritual do Padre Pio – e ouviu uma voz que dizia: Era isto o que eu sofria!” (Frank Rega, A verdade sobre os estigmas do Padre Pio)

 

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