A origem da devoção a Nossa Senhora das Candeias (também conhecida como Nossa Senhora da Candelária ou Nossa Senhora da Luz) iniciou-se na festa da apresentação do Menino Jesus no Templo e na da purificação de Nossa Senhora, que ocorre quarenta dias depois de seu nascimento (sendo, assim, comemorada no dia 2 de fevereiro). De acordo com a tradição mosaica, as parturientes, depois de darem à luz, ficavam impuras, não podendo entrar nos templos nos quarenta dias seguintes do parto. Passados os quarenta dias, tinham que se apresentar ao sumo-sacerdote, para apresentar o seu sacrifício (um cordeiro e duas pombas) e assim obter a purificação. Assim, José e Maria logo se apresentaram no Templo e foram acolhidos por Simeão, para realizar o sacrifício. Simeão, profeta, revelou ao casal as maravilhas relacionadas ao Menino Jesus, disse a eles: “Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo” (Lucas, 2,29-33). A palavra “candeia” significa vela, tocha, lâmpada.
Aparição de Nossa Senhora das Candeias
Nossa Senhora das Candeias fez sua aparição no ano de 1400, em uma praia da ilha de Tenerife (Ilhas Canárias, Espanha). Conforme a tradição, passada de pais para filhos sem interrupção, a imagem milagrosa hoje venerada em Tenerife, Ilhas Canárias, foi encontrada por nativos da ilha, que eram conhecidos como guanches. Eles guardavam seus animais perto de uma caverna, quando observaram que o gado se recusava a entrar nela, apesar de todos os seus esforços. Entraram, então, os dois na caverna e depararam-se com uma imagem de Nossa Senhora, a quem ainda não conheciam. Reconhecendo haver ali algo de incompreensível para eles, foram logo dar a notícia a outras pessoas do lugar. Acudindo o povo à gruta na companhia do próprio rei, viram todos, entre outras maravilhas, numerosas velas sustentadas por seres invisíveis, os quais, com seus cânticos, ensinavam ao povo a maneira de louvar e render culto a Deus e à Virgem Maria.
Embora todas essas coisas fossem cheias de mistérios para aqueles pagãos, Nossa Senhora preparava interiormente seus corações. Com tais meios, apesar de viverem nas trevas da ignorância religiosa, começaram a honrar aquela que amavam sem conhecer, até que um cristão espanhol casualmente aí desembarcou no fim do século XV e explicou-lhes o mistério.
Pouco tempo depois, quando as ilhas foram conquistadas pelos espanhóis e, quando chegaram os padres da Companhia de Jesus, não tiveram trabalho para converter aquele povo tão devoto de Maria. Por causa das velas (candeias) que os anjos sustinham ao redor da imagem, deram à Virgem Santíssima o título de ‘da Candelária’. Após vários anos, foi construída ali a Basílica Real da Candelária (em Candelária). Anos depois, a devoção chegou até a América, onde se espalhou ainda mais. Nossa Senhora da Candelária é a padroeira das Ilhas Canárias.
Invocação e expansão do culto
Nossa Senhora da Candelária era, por tradição, invocada pelos cegos, fato que foi afirmado pelo Padre António Vieira ao assim dizer: “Perguntai aos cegos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora das Candeias […]”. Além disso, Nossa Senhora das Candeias se tornou bastante cultuada pelos portugueses desde o século XV. De acordo com a tradição, essa devoção se deve a Pedro Martins, que era um fervoroso devoto de Nossa Senhora. Ele encontrou no sítio de Carnide, que fica em Lisboa, uma imagem de Maria sendo iluminada por uma estranha luz. Construiu-se no sítio, então, um convento e uma igreja dedicados à Virgem das Candeias. Com isso, a devoção a Nossa Senhora das Candeias aumentou ainda mais, já que foi difundida pelos portugueses nas regiões colonizadas, principalmente no Brasil, onde a Virgem da Candelária se tornou a Padroeira de Curitiba.
Sobre as velas abençoadas no dia de Nossa Senhora das Candeias
Em diversas aparições, Nossa Senhora pede que tenhamos um estoque de velas abençoadas, para serem usadas nos dias de escuridão que virão, e também nos três dias de trevas que se abaterão sobre o mundo – os quais são eventos diferentes(*). E Ela pede-nos que as velas sejam abençoadas na data de 2 de Fevereiro, que é a data comemorativa de Nossa Senhora sob a invocação “das Candeias”, ou “da Candelária”.
(*) Os Três Dias de Trevas, também chamado de “o Dia do Senhor” ou “o Grande Dia do Senhor”, é a última coisa a acontecer no planeta pois, depois dele, a Terra e seus habitantes estarão livres da influência dos Demônios, já que o próprio exército do Céu combaterá contra o Mal, tanto contra o espiritual, quanto contra os seguidores do demônio!, e os vencerá. A Terra, depois do Grande Dia do Senhor, estará em condições de receber a Jerusalém celeste, que descerá do Céu. Haverá uma outra escuridão, antes disso. Para esse período anterior de escuridão, as velas bentas também deverão ser usadas.
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